quarta-feira, 28 de julho de 2010

Boas de Piada - O Globo

Mulheres conquistam mais espaço em humorísticos com elenco predominantemente masculino e debatem seus papéis nas atrações do gênero

Foi-se o tempo em que a típica figura feminina no humor da TV era a boazuda em trajes mínimos que servia de escada para marmanjos fazerem graça. Hoje, os programas do gênero trazem mulheres em papéis que vão além dos de meras coadjuvantes. Com estilo próprio, Maria Paula, Sabrina Sato, Mônica Iozzi e Dani Calabresa são símbolos de uma nova era: dividem a cena de igual para igual com seus colegas homens, que continuam a ser maioria.



As não estão ali só para sair bem na foto. As caretas feitas pelas quatro reforçam essa nova postura. Ou alguém acredita que as humoristas do “Casseta & Planeta urgente” (Globo), “Pânico na TV!” (Rede TV!), “CQC” (Band), e “Comédia MTV” estão no ar como meros enfeites?



“A verdade é que a gente entra para ocupar o espaço da gostosa. Mas cabe a nós mesmas cavar outras coisas”, ensina Maria Paula, que viu sua função aumentar nesses 16 anos no “Casseta”. “ Minha participação era bem pequena no início. Hoje sou uma coringa que pode fazer a gostosa, a mocreia, a política ou a estrela da novela”. Reconhecida pelo talento ao recriar tipos, Maria Paula, de 39 anos, cresceu na TV depois de passar a satirizar personagens de novelas.
Mas a Dona Casseta não renega os tempos em que fazia a audiência subir com sua entradas, ao vivo, a bordo de tops diminutos. “Não tenho problemas em expor minha feminilidade. Mas o meu contrato é muito bem assinado: para botar a bunda de fora no programa a gente contrata figurante”, brinca.




# A "boazuda" entra no time #

 

Essa mudança de papel também fica bem evidente ao lembrar da trajetória de Sabrina Sato, do "Pânico na TV". Se hoje ela é titular das reportagens feitas em Brasília e já ganhou a primeira página dos jornais ao fazer o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) vestir uma cueca vermelha no Congresso, no passado, a Japa - como é chamada pelos colegas - exibiu suas curvas em detalhes no extinto quadro "Lingeries em perigo". "Tenho inteligência emocional e isso conta na hora de lidar com aqueles homens todos", assegura Sabrina.
Mulher com papel de maior destaque na atração - as panicats entram em cena seminuas e quase mudas -, a ex-BBB também faz questão de participar das reuniões de pauta do dominical, onde é tratada como parte da galera. "Quando entrei no "Pânico" era praticamente virgem. Só tinha tido dois namorados. Hoje sou da "máfia". Eles são todos meus amigões, sabem meu currículo amoroso e dão palpite no meu namoro (com o deputado federal Fábio Faria)".

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