quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Furo MTV: De um jeito ou de outro


Há mais de uma forma de contar uma história. Mas o telejornalismo acostumou-se a narrar os fatos apenas de uma maneira. A MTV utiliza outros. E, em seus 20 anos de Brasil, repagina seu Acesso MTV (segunda a sexta, às 13 horas) e Furo MTV (segunda a sexta, às 22 horas). São programas que não analisam em profundidade o spread em janeiro ou a cassação do prefeito paulistano Gilberto Kassab. Mas veiculam notícias de maneira irônica e que atendem o público adolescente, muitas vezes desinteressado sobre os problemas da economia mundial e da política brasileira. Na MTV, música, cinema e moda dominam a pauta.



Não chega a ser estranho. É cada vez mais difícil convencer as pessoas da importância em acompanhar a taxa Selic, enquanto o Big Brother é capaz de arregimentar 70 milhões de eleitores e pôr Angélica para fora da casa. Não custa lembrar, o presidente Lula foi eleito em 2002 com pouco menos de 53 milhões de votos.







Mas o que pode parecer alienação também pode ser entendido como um certo cansaço com o modelo de jornalismo apresentado pelos telejornais, com um visual misto de púlpito e de mesa de escritório. Jornalistas em ternos mal-cortados e tom monocórdio completam a vibe.







Assim, nem forma nem conteúdo parecem agradar à juventude. A MTV brinca com o formato. O Furo MTV é um pastiche dos noticiários tradicionais, com os apresentadores Dani Calabresa e Bento Ribeiro tangenciando o modelo “oficial”. Há algo de comovente, não pelas costumeiras piadas sem graça do programa, mas por ele ser um reflexo invertido do que se tornou o telejornalismo, rígido, categórico e protocolar. Não é à toa que toda a falha de dicção de um apresentador e qualquer erro na mesa de edição se torna uma festa no Youtube: os enganos representam a volta do humano, do espontâneo e da vida. Repetição é a morte.

O Acesso MTV segue outro caminho e persegue as novidades do mundo pop, sem se preocupar em nada com o universo exterior. MariMoon e Titi Müller desfilam ante uma plateia no estúdio e as câmeras e pontificam sobre temas como o Oscar, Johnny Depp, Avril Lavigne, Tokyo Hotel e a apresentação de clipes e de bandas.







Não importa o conteúdo, a figura do âncora como o manda-chuva de um negócio chamado telejornal parece cada vez mais antiga, embora resista em todas as emissoras. Experiências como o Profissão Repórter, da Globo, e os escrachos da MTV podem criar novas opções para a tevê.

 
Fonte: http://www.gazetadosul.com.br/

Um comentário:

  1. eu amo vcs são muitos fofos ttah bjkass pro bento pro marcelo e pra tata pra dani melhor pra todos vcs da mtv <3

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