domingo, 13 de fevereiro de 2011

Entrevista à G Magazine "Dani Calabresa: uma apimentada no humor nacional"


G: Por que ‘Calabresa’? 
Dani: "Calabresa" é um apelido que eu ganhei de um amigo que era monitor, porque eu sou de São Paulo e sou de família italiana, ou seja, tenho um sotaque engraçado! (risos) Aí, quando comecei a trabalhar como monitora infantil, as crianças começaram a me chamar de Tia Calabresa, aí pegou. Voltei para São Paulo e meu amigos começaram a me chamar de Dani Calabresa, e ficou divertido. Eu gostei. É o nome que "me" escolheu (risos), porque meu nome artístico é meu próprio nome, Daniella Giusti.
G: Há algum tempo, era praticamente raro encontrar mulher no humor. Mas, hoje em dia, você e outras artistas mudaram bastante essa realidade. Existe diferença entre o humor masculino e o feminino? 
D: Eu acho que o meu humor é parecido com o humor masculino. Eu falo palavrão, eu sempre andei com os meninos, sou bem moleca, serelepe. Tem mulheres que têm vergonha de fazer comédia e de se expor ao ridículo, mas também tem uma mulherada "mais louca" e autêntica que se joga! Estão aí Katiuscia Canoro, Talita Werneck, Nany People, Evandro Santo... (risos) G: Você é formada em publicidade. O humor a influenciou na escolha do curso ou o curso a influenciou a desenvolver o humor? 
D: Eu sempre gostei de comédia e comecei a fazer teatro com 5 anos de idade. Então eu sempre gostei de criar, interpretar e desenhar. Eu amo a Disney. Meu sonho era ser desenhista da Disney! Aí eu me interessei por publicidade e propaganda, mas não aprendi muita coisa na faculdade, não (risos). Graças a Deus, eu nunca parei de fazer teatro. Sempre acreditei e lutei muito. 
G: Nosso público admira muito o seu trabalho. Como é a sua relação com o público gay?
D: Eu AMO as "bicha"!!! (risos). Meu amigo Fabio Rabin (ele é hétero, e acho que não vai mostrar o peru aqui tão cedo) (risos) me chama de Madonna da Mooca, porque eu tenho um monte de amigos gays. Admiro muito o alto astral dos meus amigos gays, que amam dançar, malhar e estão sempre me alegrando, me apoiando...Eu sou praticamente um travesti. Madonna, maquiagem, Cher, purpurina 'nos' pubianos e pronto! 'vamos quebrá a buatchy'!!!! (risos). 
G: Sua imagem é sempre atrelada ao humor e à comédia. Quando Dani fala sério? 
D: Eu não consigo ficar séria por muito tempo, mas eu fico séria quando preciso ser responsável.G: Você é casada com o também apresentador de tv e humorista, Marcelo Adnet, e provavelmente vocês têm projetos de construir uma família. Se um dia você soubesse que tem um filho gay, qual você acredita que seria sua reação?
D: Ué, gente, vô encher a banheira da Barbie com vodka e vou brincar com ele!!! O ser humano tem uma única obrigação: SER FELIZ! (só não vou emprestar minhas melissas) (risos). 
G: O Furo MTV, programa de tv que você apresenta com o Bento Ribeiro, é um dos sucessos da atualidade na MTV. Em alguns programas, podemos ver os erros de gravação, e em muito deles vocês precisam regravar a cena por não conseguirem segurar o riso. Qual o limite entre trabalho e diversão? É mais freqüente se completarem, ou um atrapalhar o outro?
D: O Furo é um presente na minha vida. Amo trabalhar com o Bento Ribeiro. A gente se dá muito bem e parece que somos amigos desde criança! Eu choro de rir com ele e o mais legal de tudo é que essa nossa química faz com que o programa seja espontâneo e despretensioso. Somos bobocas, crianças, assumimos nossas goiabices e nossos erros, e as pessoas de casa se identificam e se divertem, Graças a Deus! O Furo nem parece trabalho! Pra dar certo, a gravação tem que ser divertida. 
G: Você trabalha na televisão desde 2007. O que mudou no seu jeito de fazer humor desde a estréia até agora? 
D: Cada trabalho pede uma postura diferente. No Furo MTV, eu sou bem agitada e "espoleta", no Comédia MTV eu interpreto várias personagens e no teatro, fazendo stand up comedy, eu sou uma combinação desses trabalhos. Ás vezes, eu improviso textos, ás vezes arrisco imitações e depende muito da platéia também, quando a galera tá receptiva eu me solto e "enlouqueço" no palco!(risos) Amo fazer comédia! 
G: Atualmente, o stand up comedy está em alta e a televisão parece absorver esse novo viés do humor, com vários programas e novos humoristas. Você acha que a massificação, que talvez seja feita pela tv, pode esgotar essa vertente? 

D: Eu não acho que esgota, não. Pode até surgir muita gente querendo stand up, achando que é um "atalho" para trabalhar na tv, mas se a pessoa não for talentosa, nem se dedicar, ela não chega a lugar algum. Mas, ao mesmo tempo, tem tanta gente criativa e engraçada surgindo, tem tantas em bares com o próprio texto. Isso é vida nova para a comédia na televisão. G: Sua experiência maior na televisão é na MTV. Como é o seu processo de criação dentro da emissora? Você tem liberdade para fazer o que imagina ou há algum direcionamento sobre o que irá ao ar? 
D: Tenho muita liberdade na MTV. No ano passado, escrevi um roteiro pro programa Furfles com meu amigo comediante Bruno Motta e eu arrisquei uma imitação de Luciana Gimenez, aí rolou legal, eu me empolguei e criei esquetes para imitar a Sonia Abrão, a Siri,ex-bbb, e a Daniela Albuquerque. Eu não sou imitadora, mas testava essas personagens para os maquiadores da MTV e, quando eles gostavam, eu pedia para entrar no roteiro do programa. E isso é ótimo! Improviso brincadeiras durante a gravação e a equipe adora quando agente contribui. 
G: O fato de ser casada com o Marcelo Adnet gera alguma comparação? Como você encara isso? 
D: Se rola comparação, eu não sei. O Adnet é super admirado porque, além de ser um ótimo ator comediante, ele é um excelente imitador, cantor, apresentador. E é lindo!!! (risos) E eu tenho um público que me acompanha de trabalhos anteriores à MTV. Então nós dois estamos ralando aí, fazendo comédia há um bom tempo e foi uma coincidência maravilhosa a MTV contratar a gente no mesmo ano. É uma delícia contracenar com o Adnet, principalmente quando tem cena de beijo e mão na bunda!
G: Ser uma pessoa conhecida faz com que você seja formadora de opinião. O que você acha sobre a homofobia? 

D: Preconceito, ignorância.G: Se você fosse travesti, qual seria seu nome de guerra? 
D: Se eu fosse um travesti, iria caprichar mais no nome, tá!(risos) Mas o primeiro que me veio à cabeça foi "Rachilda Cintilante". Se bem que, Dani Calabresa combinaria perfeitamente (risos).G: Se você fosse uma política, o que faria pela comunidade LGBT? 
D: Mudaria a cor do farol para rosa, botaria dark room nos shoppings center e mandaria construir duas bolas embaixo da Torre de Pisa (risos). G: Geralmente, trejeitos ou gírias do mundo LGBT são utilizados na composição de algum personagem. Você já trouxe alguns desses elementos para suas composições? E, no dia-a-dia, você usa alguma dessas expressões?
D: Não, no meu dia-a-dia eu raramente "aquendo a neca" ou "faço a louca"! (risos) Nem "faço xuca no parque aquático" (risos). 
G: Soubemos que você gosta das divas Cher e Madonna. Onde você costuma ouví-las? Em casa ou se joga na pista? 

D: Ouço em casa, requebrando pelada no banho (não tentem imaginar, senão vocês podem passar mal) (risos) e me jogo nas pistas! Amo ir na Trash 80, porque lá sempre toca Madonna, Cher, Britney e a galera dança muuuuuito! 
G: Você curte balada gay? 
D: As baladas gays são as MELHORES! Pra dançar, se "roçar" no balcão, enlouquecer e lavar a alma.G: Deixe uma mensagem para os leitores da G. 
D: Queridos leitores "delicinhas”, continuem fervendo com segurança (com segurança, salva vidas, guardas etc...) e sejam felizes sempre! Um beijo especial para os meus amigos gays que eu AMO tanto: Luiz Claudio, Ale Xupeta, Fagner, Vinicius, Ronaldo, Robson, Murilo, Darwin, Sidney, Ben, Bruno, Will e todos os outros que eu esqueci, mas que alegram minha vida!!!!!!!!!!


(fonte: www.danimarcelolf.blogspot.com - revista G Magazine)

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